Assim que chegamos ao andar, Gustav foi em direção á escada como pedi, entrei com a chave que ela havia me dado.
-Eva? – entrei em seu apartamento.
A mesma apareceu como se tivesse visto um fantasma, me olhava assustada e com medo.
-O que faz aqui? – pergunta de longe.
-Vim te dar um oi, não posso? – perguntei sentando-me no sofá.
-Não depois de tudo o que ocorreu! – diz esfregando as mãos, impaciente.
-Ta com medo de mim Eva?
-Medo de você? – pergunta soltando uma gargalhada histérica. –Não seja ridícula garota estúpida! – finaliza nervosa.
Comecei a me aproximar lentamente dela, percebi que Eva estava sim com medo de mim.
-Nunca pensei que fosse capaz de se voltar contra mim! – sussurrei já perto dela.
-Você mereceu Julie. – começa me chamando pelo verdadeiro nome. –Me desobedeceu e ainda passou a perna em meu filho, como quer que eu me sinta, ou melhor, o que queria que eu fizesse?
-Você foi covarde, falsa, hipócrita, Eva o que fez foi injusto, estávamos juntas nisso, queríamos juntas destruir Gordon, pra que envolver aquele moleque que é seu filho? Você não deveria tê-lo colocado contra mim, você mesma não deveria ter se voltado contra mim! – desabafei quase que gritando.
-Você foi quem começou Julie, a partir do momento que se envolveu com aquele garoto metido a traficante, até estrupada você foi por causa dele, e ainda tem a coragem de dizer que eu fui a covarde? Foi você quem me apunhalou pelas costas, me traiu a confiança pra ser fiel a quem tanto te maltratou!
-Não seja ridícula Eva, os Kaulitz odeiam Gordon tanto como você e eu, só não o mataram pela pobre coitada da Simone, mas eu Eva, escute bem, eu Julie Reverbel não irei desistir de minha vingança, farei de tudo pra acabar com aquele desgraçado, e digo mais... – dei uma pausa rápida pra respirar. –Você pra mim, morreu! – finalizei começando a me retirar.
-Nem pense sair por essa porta Julie, se sair pode ter certeza que ganhará uma forte inimiga! – diz me fazendo voltar para encará-la.
-Tão forte, que me usou pra conseguir o que tanto quer... – comecei sorrindo debochadamente. –Você não é NADA sem mim Eva, é uma inútil que só consegue as coisas com ajuda de terceiros...
A tapa ardeu em meu rosto, Eva foi rápida e precisa.
Sentiu-se ofendida pelo o que havia lhe dito, meu sangue ferveu e começou a transbordar de uma forma absurda, sua imagem encostada no carro observando o feito de seu filho bastardo me veio como se fosse um flash, olhei profundamente em seus olhos.
-Tenho certeza absoluta que minha mãe nunca levantaria a mão para me bater, não será uma vadia qualquer que fará isso comigo! – andei vagarosamente em sua direção.
Eva nada disse, mas seus gritos tenho certeza que foram ouvidos pelo prédio inteiro, parti para cima com todo meu ódio. Escutei a porta se abrir rapidamente, era Gustav preocupado com os gritos, mas a me ver por cima arrancando sangue da vadia, apenas cruzou os braços observando atentamente meu feito.
Eva implorava para que eu saísse de cima, mas quanto mais ouvia seus gritos, mais sentia vontade de ouvi-los.
Só cessei a surra quando Gustav pegou em meu braço.
-Acho que já deu Anne! – diz levantando-me.
-É, de fato só de ver seu sangue me dá um grande alívio! – comentei arrumando minha roupa. –Vamos Gustav!
-Sim vamos...
-Gustav nem pense dar as costas á mim! – diz Eva se contorcendo de dor.
Estávamos já saindo quando a vaca se pronunciou, Gustav voltou até ela se abaixando pra ficar bem próximo ao seu rosto.
-Mexeu com a garota errada Eva, e você sabe bem o porquê! – diz puxando seu cabelo.
-Os dois se verão comigo pela traição! Ah verão! – exclama num grito ao nos ver saindo.
-Anne você foi perfeita! – diz Gustav sorrindo assim que saímos do elevador.
-Ela merecia Gustav... – comecei indo em direção ao carro. –Mas por que disse aquilo para ela? O que ela sabe que eu não sei? – perguntei lembrando-me do que ele disse á Eva.
-Você se tornou minha protegida Anne, e Eva sabe disso! Alimentei um carinho forte por você, um carinho que teria dado pra minha irmã falecida! – diz me fazendo engolir em seco.
-Você teve uma irmã? Ela morreu com que idade? – perguntei curiosa.
-Não quero falar sobre o assunto ok? Vamos embora! – finaliza entrando no carro.
Uma semana depois...
-Tudo pronto! – diz Tom vendo Bill carregar sua arma.
-Cadê a Anne? – pergunta o gêmeo guardando por fim sua arma carregada.
-To aqui!
Bill e Tom babaram na figura em que me transformei.
Deu a louca em mim, comprei uma peruca preta na altura do ombro, vesti uma calça bem apertada preta, botas pretas e uma jaqueta bem justa também preta.
-Já disse que amo morenas de olhos verdes? – diz Tom com uma carinha de pensador e Bill apenas me encarando.
-Não seja tolo Tom, e aí quando vamos? – perguntei rindo.
-Já estamos pronto, Bill carregou essa especialmente pra você! – responde me dando uma pistola prateada.
-Tenho certeza que nem precisará usá-la! – diz Bill por fim falando algo.
-Ah, mas nem pra tentar acertar as partes baixas do Richard? – perguntei fazendo carinha de coitada.
-Anne não inventa! Vamos logo! – diz me puxando pela mão enquanto eu sorria para Tom.
Novamente estávamos naquele local, Gustav, Georg, Leo, Mateus, Victor, Tom, Bill e eu.
A sede da policia federal era enorme, pudemos ver de onde estávamos algumas luzes de armas com laser, com toda certeza era alguma das gangues.
-E aí Victor, enterrou as bombas nos lugares corretos? – pergunta Tom baixinho.
-Com toda certeza chefe, enterrei nos possíveis lugares que as duas rivais poderiam escolher para se esconderem, até nesse território que estamos tem bombas, mas lógico que elas só explodirão se eu apertar os botões do controle! – explica enquanto todos o olhavam atentamente.
-A carga já está lá dentro Tom, chegamos tarde! – avisa Leo chegando perto de nós.
-Como sabe? – pergunta Bill curioso.
-Tem uma parte desse morro que dá pra ter uma boa visão de dentro da Federal, eles estão confiscando a carga, ela já está lá dentro!
-Merda, então deve ser por isso que eles estão esperando... – começa Tom pensativo. –Daqui a alguns minutos é a troca de turnos, é nessa hora que possivelmente as duas irão atacar! – continua olhando para o portão.
-Iremos agir antes! – diz Bill por fim sério.
-O que? – pergunta Tom surpreso.
-Prepare-se Victor... – diz novamente Bill levantando-se ignorando Tom.
Bill levantou sua arma atirando várias vezes para cima chamando a atenção dos policiais que atentos tentavam distinguir de onde vinham os disparos, Victor na mesma hora explodiu duas da bombas no sentido contrario, bastou à primeira explosão para a zorra toda começar.
Policias corriam de um lado para o outro enquanto o fogo cruzado começava entre as gangues que pensavam que uma atirou a tal bomba contra a outra, Tom saiu em disparada com Leo que sabia onde se dava a visão do local, eu não sabia o que fazer. Bill, Gustav, Georg e Mateus atiravam na direção dos policias tentando tirá-los do caminho, quando fui tentar agir senti as mãos de Bill me afastando, ele realmente me queria fora daquela.
Aquilo parecia uma guerra, homens caiam do morro abaixo de ambas as gangues, ninguém sabia ao certo de onde vinham os tiros, mas conforme homens da gangue tanto de Richard como de Marco eram atingidos e excluídos pelos próprios chefões a policia via de onde vinham alguns dos disparos. As explosões de Victor não paravam, estava me sentindo uma inútil naquele meio, queria poder fazer algo, foi quando decidi ir atrás de Tom.
Bill não me viu sair de seu lado, consegui chegar onde os dois estavam rapidamente, cheguei até o muro e pude perceber que já haviam quebrado a segurança que havia nele, pulei cautelosamente observando se não teria algum perigo, no local havia homens caídos no chão atingidos provavelmente pelos dois que invadiram o local, corri até o caminhão blindado onde estava a carga, Tom e Leo se encontravam no interior do carro já prontos pra quebrarem a barreira de policiais que Bill e companhia tentava a todo custo eliminarem.
Entrei na parte de trás ouvindo Tom mexendo em sua arma para atacar.
-Nem pense nisso Tom! – avisei de cara temendo levar um tiro de graça.
-O que faz aqui Anne, quer deixar Bill preocupado porra, ele sabe que está aqui? – pergunta me observando.
-Não sabe não...
-É agora Tom! – interrompe Leo ligando o motor.
-Se abaixe Anne! – avisa Tom preparando uma brecha na janela do carro somente para passagem do cano da arma. –Pisa fundo Leo! – ordena num grito.
Senti um forte calafrio percorrer meu corpo ao ouvir as balas acertando a lataria do carro que mesmo blindado para o caso de ataques de gangues, me fazia temer qualquer falha.
Tom passou atirando em todos que entravam em seu caminho, Leo fazendo ziguezague com o caminhão conseguiu deixar policiais gravemente feridos ao serem atropelados, ao passar da zona de risco e entrar na estrada de terra para evacuar o local levantei-me para ver o que se passava, Tom e Leo tinham em seus rostos expressões fantasmagóricas, talvez não estivesse acreditando que havia conseguido tirar uma carga de dentro da Federal, Tom só mudou sua expressão ao ouvir seu celular tocando.
-Pronto.
-Anne está com você?
-Sim Bill, está, e vocês como estão?
-Peter e Victor foram atingidos, já estamos voltando para os carros, precisamos urgente tirar Peter daqui...
-Foi muito grave?
-Dois tiros na perna e um no abdômen, o cara precisa de um hospital o mais rápido possível, vá direto pra mansão, iremos levá-lo naquela clinica particular! Cuide de Anne!
-Boa sorte para o Peter...
-O que houve com Peter? – perguntei em desespero.
-Foi atingido...
-Onde, como ele ta?
-Calma Anne, foi atingido no Abdômen e perna...
-Me deixa descer, quero vê-lo Tom!
-Não, não sou louco de deixar você descer, Bill já foi levá-los á clinica, aquieta seu rabo Frances aí e fique calada! – ordena me fazendo ficar quieta.
-Você disse levá-los? – pergunta Leo curioso.
-Victor também foi atingido!
-Eles vão se sair bem dessa! São homens fortes, não serão algumas balinhas que irão pará-los.
-Que Deus te ouça Leo! – cochichei pra mim mesma abraçando minhas pernas, sentada em cima das drogas pensando em Gustav.
No meio do caminho tivemos uma surpresa não muito agradável, Richard com apenas dois de seus empregados estava parado no meio do caminho.
-Leo se prepara pra acertar a cabeça de um, eu acerto a de outro, quero Richard vivo! – diz Tom colocando novamente sua arma pra fora.
Os três começaram a atirar incessantemente no vidro dianteiro do caminhão, Richard estava convicto que poderia romper a barreira blindada e acertar os dois que ali estavam.
Ao se aproximar dos três Tom e Leo apontou suas armas na direção de seus alvos, acertando um na cabeça como Tom havia dito e outro no peito.
Richard ficou sem escapatória, tentou fugir correndo para o meio do mato, mas Leo foi mais rápido jogando o caminhão por cima do mesmo, descemos os três atrás dele, era ótimo vê-lo tão próximo depois de tudo o que fez comigo.
-E aí anjinho, o que quer que eu faça com ele? – pergunta Tom me vendo chegar perto deles.
Leo e Tom apontavam a arma para cabeça de Richard que deitado no chão com as mãos na cabeça temia pela sua vida.
-Por acaso vocês teriam uma corda ou algo que poderia amarrá-lo e lavá-lo conosco? – perguntei vendo a cara de curioso dos dois.
-Sempre eu ando com algemas na bolsa, sabe como é né, tem umas gatinhas que adora joguinhos de policia na ca...
-Poupe-nos de suas histórias pervertidas Leo, pegue-as e traga até nós! – ordena vendo o mesmo ir até sua bolsa.
-Quero levá-lo para a mansão, lá veremos o que vamos fazer! – finalizei voltando ao caminhão.
Assim que chegamos à mansão corri para o telefone, queria noticias de Gustav.
Liguei para Georg, ele me daria informações mais precisas.
-Georg, como ele ta? – perguntei num cochicho assim que o mesmo atendeu.
-Ele chegou com febre alta aqui Anne, o efeito foi rápido, to torcendo pra que dê tudo certo pra nosso amigo! – diz me fazendo começar a chorar.
-Qualquer coisa me liga ta? Mantenha-me informada de tudo! – finalizei desligando o telefone.
Enxuguei as lágrimas me virando em seguida, tomei susto ao ver Tom encostado na porta me observando atentamente.
-Com quem estava falando? – pergunta sério.
-Ralf! Estava perguntando como está a situação dos dois! – respondi tentando passar por ele.
-O que rola entre você e Peter? Vejo tanto você de conversinha com ele! – pergunta pegando em meu braço.
-Ele é meu amigo Tom, gosto de conversar com ele! – respondi de cabeça baixa.
-Sei... Amigo! - diz me olhando de canto.
Livrei-me de suas mãos subindo para o quarto, chegando, logo pude ouvir meu celular tocando, corri até ele imaginando ser Georg, e não me enganei.
-Como ele ta Georg? – perguntei assim que atendi.
-Mal Anne, ele perdeu muito sangue, os médicos acham que ele precisará de uma transfusão caso o hospital não tenha o tipo de sangue dele, foram conferir agora é esperar!
-Eu to indo para aí!
-Não! É melhor não Anne, Bill pode se enfurecer...
-Dane-se quero ficar perto do meu amigo!
Finalizei a ligação pegando a bolsa em seguida, Tom estava me esperando na porta, pelo jeito estava escutando desde o inicio.
-Quem é Georg? – pergunta barrando minha passagem.
Engoli em seco pensando numa boa resposta para dá-lo...
Os capítulos começarão a ficar maiorzinhos a partir daqui!
Vou sentir saudades daqui, sério! '-'
Mas nada dura para sempre. =)
Faltam 5... =O
Beijos.
Ps.: Como prometido, Deluxe Boy está no ar.