sexta-feira, 29 de abril de 2011

Capítulo 21 - (Do You Get) Excited?


Você fica excitado
Quando te toco à noite?
Meu, oh, meu...

Você fica excitado
Quando te encontro toda noite?
Você não deixará a noite passar por você.


Roxette - (Do You Get) Excited?



Assim que tirou meu sutiã ainda de pé começou a observar meus seios seriamente, confesso que senti minhas bochechas queimarem.


-Eu nunca me senti tão bem com uma mulher como me sinto com você! – diz acariciando meus seios. Na hora apenas fechei meus olhos sentindo seu toque.

-Tentarei fazer dos meus momentos com você os melhores Bill! – sussurrei ainda com os olhos fechados sentindo dessa vez o toque de seus lábios em meu pescoço.


Amoleci no mesmo instante, seus braços se entrelaçaram em minha cintura me segurando e fazendo meu corpo se aproximar mais do dele, seu corpo estremecia, passava uma energia ótima, ficamos abraçados sentindo o cheiro um do outro por alguns longos segundos.

Bill então me olhou, percebi que seu olhar me chamava para entrar na hidro com ele, nos abaixamos juntos na mesma, Bill se sentou de costas para a beirada e eu em cima dele, ainda havia uma ‘barreira’ entre nosso contato intimo, começamos a nos beijar suavemente, sentia suas mãos percorrer meu corpo por dentro da água quentinha, e seu corpo já mostrava querer o meu.


Bill me fazia tremer, meus olhos não se abriam de forma nenhuma de tão bom que era a sensação de senti-lo, minhas mãos estava em seus cabelos lisos molhados, as deles em minhas costas percorrendo de cima abaixo me deixando ainda mais louca, deixei minha cabeça pender para trás num momento extremamente excitante, Bill fez meu corpo se erguer dentro d’agua se livrando da única barreira que nos impedia de ter a noite perfeita.


Nosso encaixe foi perfeito, ouvi um suave gemido vir de Bill ao me sentir, suas mãos agora me apertavam, porém seus beijos eram calmos, nossos movimentos se misturavam de um modo delicado para um mais selvagem, ele tinha o poder apesar de estar por baixo, os corpos molhados estavam quentes, a água começou a ferver e nossa respiração ofegante podiam ser ouvida por qualquer um que passasse por perto do local.


Meus gemidos eram contidos por seus lábios delicados, nossos movimentos eram perfeitos na água, tudo estava mais leve.

Bill então me virou me deixando por baixo, sua boca quente desenhou a linha de meu pescoço, o prazer era intenso e não pude me conter, cravei minhas unhas em seu corpo sentindo que poderia arrancar-lhe a pele, seu gemido era um misto de dor e prazer, Bill estava violento e aquela violência me arrancava às energias, empurrei seu corpo para tomar o fôlego, nos olhamos como dois canibais, querendo comer cada parte do corpo um do outro.


-Por que faz isso comigo? Por que me deixa louco, me torna um cara obsessivo pelo seu corpo? Por que Anne?


Não tive chance de respostas, Bill imediatamente forçou minha cabeça para trás enquanto explorava meu corpo, senti sua língua em um de meus seios o fazendo enrijecer de imediato com seu toque, soltei um grito mudo, minha cabeça girava loucamente, minha vontade era de gritar... Gritar para todos ouvir o que ele me fazia sentir, porém o som não saía.

Gemi alto ao sentir seu toque em minhas partes intimas, me provocando, meu corpo se retorcia de tanto prazer, droga como ele sabia usar aquelas mãos.

Era uma tortura aquele toque, algo delirante, uma perfeita e doce tortura.


-Olha só o que você me faz! Nem a água consegue refrescar meu corpo! – diz sorrindo após chegarmos ao clímax, cada um no seu tempo, naquele momento parecia que nos tornamos dois vulcões em erupção.

-Não é culpa minha, isso tudo é reflexo de sua perfeição! – sorri satisfeita olhando em seus olhos quase deitada de frente pra ele.

-Promete algo pra mim? – pergunta colocando meu cabelo por trás da orelha.

-Sim?

-Se um dia me apaixonar por você, promete que não deixará mais ninguém tocar em seu corpo?

-E existe essa possibilidade? Sabe, você se apaixonar por mim? – meu coração de repente acelerou, ele pedia uma resposta positiva de Bill, mas acabou recebendo uma que o deixou frio.

-Não sei! – a frieza parecia ter sido forçada, talvez Bill não quisesse se apaixonar por mim, mas não era aquilo que seus olhos mostravam.

-Ok! – respondi o olhando séria, mas ele já não me olhava nos olhos.


Senti uma forte pontada no peito com aquela frieza, como pode ser tão carinhoso num momento, e em outro mostrar ser pior que um gelo duro e frio?

Estávamos saindo da hidro quando me deu a louca vontade de abraçá-lo.


-Vire-se e responde olhando nos meus olhos... – comecei o abraçando por trás logo o fazendo virar. –Existe essa possibilidade de você se apaixonar por mim? – senti meu corpo estremecer ao ver seu olhar ficando sério.

-Não existe! – livrou-se de meus braços indo em direção da porta.


Bill me deixou de boca aberta, por que me faria prometer algo que para ele não existe possibilidade de acontecer?

O calor que me fez sentir havia sumido me fazendo sentir o frio da noite, peguei um roupão que havia em uma das cadeiras na pequena área da hidro e me enrolei, sentei numa parte onde se dava para observar bem à noite, abracei minhas pernas e chorei em silêncio, não por Bill, mas por tudo o que havia me acontecido nos últimos dias, ele estava sendo meu porto seguro, mas mostrou que só queria brincar comigo.

As lágrimas que rolavam em meu rosto era um misto de tristeza e ódio, meus pais vieram á mente e junto à promessa que fiz a mim mesma quando pequena... Nunca deixar o amor tomar conta de mim.

Bill foi frio e calculista, então eu também serei com ele...


Enxuguei as lágrimas e fiquei de pé no para-peito da pequena área da hidro, o vento secava ainda mais o restante de lágrimas que insistiam em cair, ao sentir que meu rosto já havia voltado ao normal, decidi ir dormir, mas ao entrar ouvi vozes vindas da sala de jantar, era Tom, Bill e... Gordon?


Cheguei perto para ouvir melhor.


-Você está louco? Por que nos procuraríamos para isso? – pergunta Bill com uma voz um tanto alterada.

-Eu nunca envolvi vocês em nenhum de meus trabalhos, mas creio que sua equipe faria bem o trabalho Bill! – Gordon tenta convencê-lo.

-Sempre soube que aqueles bombados não prestavam para nada! – ouvi a voz de Tom o zombando.

-A questão não é saber ou não Tom, isso é algo sério, quero dividir com a família...

-Você nunca fará parte de nossa família! – interrompe Bill nervoso.

-Ok, mas é uma grana alta, preciso de ajuda é um roubo muito delicado não é qualquer um que poderá executá-lo!

-E do que se trata? – pergunta Bill indiferente.

-Terá uma exposição nessa semana no museu de arte, e será apresentado pela primeira vez o diamante mais caro do mundo, ele custa cerca de 25 milhões de dólares, seria uma jogada perfeita...

-E você quer nos envolver nisso? – pergunta Bill rindo debochadamente.

-Esse dinheiro seria dividido entre nós três, e poderíamos dar alguma recompensa para quem ajudar também...

-Esquece Gordon, não iremos ajudá-lo! – diz Bill decidido.


Nessa hora me senti na obrigação de tentar me aproximar de alguma forma de Gordon, respirei fundo e entrei na sala sorrindo.


-Com o treinamento adequado tenho certeza que dará tudo certo! Eu to dentro! – me ofereci sorrindo vendo a cara de espanto dos três.

-Mas não vai mesmo! – revolta-se Bill olhando mais nervoso ainda para mim.

-A vida é minha, e a posso fudê-la como eu bem entender! – exclamei o encarando séria.

-E pior que vai se fuder mesmo! – diz Tom balançando a cabeça.

-Nicole querida não precisa se arriscar...

-Não é risco algum, sou mulher esqueceu? Tenho o corpo leve, poxa me dêem uma chance? – pedi fazendo cara de coitada olhando para os três, não pude deixar de perceber o olhar de “interrogação” de Tom.

-O que houve com seu rosto? – pergunta reparando em meus hematomas.

-Verdade, está me devendo respostas! – lembra Bill.

-Foi uma briga básica que tive por aí...

-Com quem? – pergunta Bill autoritário.

-Você não conhece! Enfim vão ou não me aceitar nessa? – tentei mudar de assunto.

-Se ela for terei de ir junto! – diz Tom olhando para Bill.

-Sei que não mudará de idéia, então An... Nicole faça o que quiser, só não pense que livrarei sua cara novamente! – finalizou Bill saindo da sala.


Olhei para Gordon sorrindo e o mesmo mostrava a mesma reação, Tom nos olhou sério e logo se manifestou se levantando.


-Quando é a exposição?

-Está marcada para começar no domingo e permanecer até sábado da outra semana! – diz Gordon.

-Então só teremos uma semana Anne!

-Anne? Quem é Anne? – perguntei fazendo cara de repreensão para Tom.

-Droga aquela garota não sai da cabeça... – começa batendo em sua cabeça. -Nicole começaremos amanhã! – diz sorrindo de canto.


Não sei se Gordon engoliu aquela, mas pude perceber que estava satisfeito comigo, e eu farei de tudo para conquistar toda confiança dele...




Oi gente! rs

E aí, quem está lendo pela 1º vez, está curtindo?
Tentarei postar dois sábado e dois domingo!

Beijos.

Capítulo 20 - New Divide



Lembro de céus negros
Dos relâmpagos em volta de mim
Lembro de cada flash enquanto o tempo nublava
Como um sinal de que o destino finalmente me achara
E tudo o que eu ouvia era a sua voz
Dizendo que eu tive o que merecia


Linkin Park - New Divide



Gustav me passou o endereço de Soraya e disse que a mesma estava escondida na casa de sua mãe, totalmente desconhecida para os Kaulitz, passei a ele minhas idéias e o deixei pensar.

Subi correndo para o quarto onde duas malas minhas que haviam sido trazidas da casa de Simone para cá estavam abertas.

Peguei um jeans bem apertado, botas pretas como de costume, uma babylook por baixo e devido ao tempo nublado, uma jaqueta fechada ate o pescoço, prendi meu cabelo num rabo de cavalo, coloquei os óculos escuros e fui até Bill.


-Vai sair? – olhou-me dos pés a cabeça.

-Pensei em fazer umas comprinhas! – sorri.

-Ok! – começa mexendo em sua gaveta. –Compre o que quiser! – jogou-me um cartão prateado!

-Mas não pedi nada Bill!

-E precisa pedir? – olhou-me docemente, aquilo me deixava boba.

-Ok. Farei umas comprinhas de roupas intimas para agradar meu dono! – provoquei indo morder seu lábio.

-Safada!

-To com saudades de você! – nunca fui tão sincera ao dizer algo para alguém como fui ao dizer isso.

-Também estou com saudades, e ainda não estou acreditando que aqueles caras conseguiram primeiro que eu depois de um longo mês longe de qualquer atividade! – fez uma expressão de decepcionado.

-Você acha que senti algo com eles? – o olhei firme.

-Vai saber! – deu de ombros.

-Ah Bill, por favor, vai? É óbvio que não senti nenhum pingo de prazer com eles, só sinto com você...

-E com o Tom! – completa revirando os olhos.

-Isso é o que você está dizendo, não eu!


Mais uma vez mordi seu lábio indo de encontro a sua língua, brincando suavemente com seu piercing, finalizei o beijo me levantando de seu colo percebendo seu olhar me acompanhar ao sair da sala.


Fui correndo para fora à procura de Gustav.


-E aí o que achou de minha idéia? – perguntei entrando rapidamente no carro.

-É até boa, mas não acha que será fácil demais para ela? – pergunta me fazendo pensar.

-Só o fato de saber que será mulher de várias já me deixa aliviada! – respondi olhando para fora.

-Já conversei com uns caras amigos de Eva que são policiais corruptos e eles ajudarão, vão nos encontrar lá! – continua sério.

-Sério? Mas eu não vou me encrencar não né?

-Lógico que não, mas terá de abrir o bolso para lhes compensar muito bem!

-E as drogas, onde arrumou?

-Eles darão um jeito Anne, irão forjar bem a cena! – finaliza me tranqüilizando.


Chegamos a uma pequena casa no meio de uma área fechada, vi Soraya sentada em um banquinho pensativa, pedi para Gustav estacionar em um lugar que ela não pudesse vê-lo, peguei uma arma para caso de alguma discussão ou briga, ter algo para me proteger e desci do carro.


-Pra quem tinha de tudo do bom e do melhor numa linda mansão, agora se rebaixou e muito! – me aproximei debochando do lugar onde estava.

-Como me encontrou? – perguntou assustada.

-Tenho meus contatos! – respondi indiferente percebendo Gustav pular um muro com dois homens desconhecidos por trás de Soraya.

-É melhor ir embora antes de perder de vez a vida! – diz virando-se para entrar, mas eu não podia deixá-la ver os dois infiltrando as drogas em sua casa.

-Quem deveria ter medo de perder a vida seria você Soraya!


Fui para cima dela encostando-a a parede, começamos ali uma briga quase interminável, meu ódio por ela era alimentado a cada toque brusco de suas mãos em meu corpo, entre socos e arranhões consegui virar ficando por cima.

A olhei por alguns segundos, e toda força de minhas mãos foi depositada em seu rosto, desferi diversos socos e tapas com gosto em seu rosto, prendi suas mãos para que não tentasse se proteger, minha raiva descia junto com a transpiração que escorria por minha testa.

Ao levantar mais uma vez a mão para bater nela, senti outra me puxando e barulho de sirene policial se aproximando.


-Vamos embora Anne, já deu! – Gustav me puxou rapidamente do chão.

-Grandes merdas fez comigo, você é um lixo Anne Kirsten, uma patricinha mimada que nem força no punho tem! – gritava Soraya ajoelhada no chão.


Gustav e eu ficamos de longe observando, dois carros de policia foi estacionados em frente da casa da mesma, ela assustada tentou correr para dentro de casa, mas nada adiantou, dois dos policiais que Gustav afirmou ser seus “amigos” pegou Soraya torcendo seus braços a empurrando violentamente na parede.


-Olha se não é Soraya Brown, a pé de pato mais famosa de Hamburg! – gritava contente um dos homens, confesso que não estava entendendo nada.

-O que querem comigo? Minha ficha está limpa! – gritava com voz chorosa.

-Será mesmo moça? – pergunta outro policial que Gustav afirmou não fazer parte da “quadrilha”, esse estava com vários pacotes de drogas nas mãos.

-Isso não é meu! – afirma Soraya gritando.

-Não minta para nós garota, acha que somos cegos? Ou acha que seriamos capazes de prender um inocente? – pergunta o policial segurando seu braço a empurrando mais uma vez na parede, dessa vez fazendo sua cabeça bater bruscamente abrindo um terrível corte.

-Merda, você está me machucando! – gritava me fazendo sorrir abertamente.

-Ainda não viu nada! – sussurra o policial em seu ouvido, pude ler perfeitamente seus lábios pronunciando tais palavras.


Vi nitidamente Soraya sendo levada até um dos carros, no curto caminho foi levando tapas e murros dos policiais, seu sangue já estava aparente e marcas roxas em suas pernas e braços já estavam à mostra.

Senti-me vitoriosa, sabia que Soraya não teria paz na cadeia, e por isso essa foi a minha forma de vingança contra ela.


-Você está bem? – Gustav tentou tocar minha boca roxa.

-Estou ótima, nunca estive tão bem em minha vida! – respondi respirando aliviada.

-Os gêmeos não irão gostar nada disso Anne, você está com marcas roxas e arranhões, eles irão querer saber o porquê disso!

-Deixa que deles eu cuidarei! – respondi séria me levantando com ajuda dele.


Cheguei acabada na mansão Kaulitz, estava suja e com alguns arranhões pelo corpo.

Fui à procura de Bill, disseram que estava na hidro, subi correndo para o quarto trocar de roupa e voltei para ir a encontro de Bill.

Estava lindo deitado quase dormindo naquela água quentinha, tirei a roupa ficando apenas de lingerie, Bill abriu os olhos me olhando lindamente logo mudando de expressão.


-O que houve com você? – pergunta se levantando rapidamente indo de encontro ao meu rosto.

-Uma briga básica! – respondi me aproximando de sua boca.

-Anne nem tente me enganar...

-Por que não aproveitamos essa maravilhosa hidro e depois você me faz a pergunta que quiser? – perguntei passando a mão em sua estrela.

-Perfeito... Mas não pense que irá se livrar das perguntas... – sussurra em meu ouvido desabotoando meu sutiã...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Capítulo 19 - Self Deception



"Eu não sei o que fazer
Não há culpa em meu coração
Eu não sei o que fazer
Não sou a razão..."

Lacuna Coil - Self Deception



Um mês se passou e junto dele muita coisa aconteceu.

Eva teve que fazer uma viagem super secreta, Bill e Tom tiveram mais dois roubos importantes, e claro minhas cicatrizes já haviam sumido, porém havia uma ainda maior... A que sempre esteve marcada, aquela que só sumirá quando Gordon estiver debaixo da terra.

Durante esse ultimo mês passei todo o tempo na casa de Simone. Gordon pegou “afeição” por mim e obviamente aproveitei cada instante de “amizade” com ele.



-O que acha de almoçarmos fora hoje? – sugere olhando para Simone e logo para mim.

-Acho ótimo, Nicole precisa respirar mais ar puro, já que Bill a deixa sozinha para ir trabalhar! – concorda Simone fazendo uma caretinha de birra ao se referir á Bill.



Deu-me vontade de rir quando Simone referiu o “trabalhar”, tadinha mal sabe ela que seu filho é um mandante do crime.

Fomos almoçar fora como o combinado, Gordon era só sorrisos, me dava nojo aquilo, mas claro mostrava ser uma pessoa que não era... Simpática.



-Então Nicole quando sai o casamento? – perguntou Simone me fazendo engasgar.

-Casa... Casamento? – gaguejei.

-Sim querida, pelas minhas contas vocês já namoram há uns dois anos! – caraca dois anos?

-Err... Bom...

-Simone não acha que é cedo demais para fazer tal pergunta? E outra, os dois podem ter esse tempo, mas você deve contar também os dias de Nicole fora do país trabalhando! – aquela conversa estava me deixando tonta.

-Aliás, querida como vai sua empresa? – empresa?

-Bem, muito... – salva pelo celular, era Bill. –É o Bill me dêem licença vou atendê-lo! – saí então da mesa para pedir “socorro”.



-Onde está?

-Almoçando fora com sua mãe e Gordon! – respondi revirando os olhos.

-Ah que ótimo, assim poderão se conhecer mais...

-Não Bill, preciso que me tire daqui, sua mãe está me enchendo de perguntas que não sei responder! – pedi sussurrando ao celular.

-Ok diz a ela que preciso de você, e que virá ao meu encontro, ela vai entender, pegue um taxi e pede para levá-la até a mansão de minha mãe, lá Peter estará te esperando! – desliga em seguida o telefone em minha cara.

-Mal educado! – resmunguei olhando que nem tonta para o celular, logo me virando sorrindo para o casal a mesa.

-O que ele queria?

-Ele quer me ver. Quer que eu vá agora ao seu encontro, se importariam? – fiz uma expressão amigável.

-Claro que não, vá sim, vocês precisam de um tempo a sós! – Simone piscou pra mim.

-Vou indo então! – finalizei me despedindo.



Durante todo o trajeto fiquei pensando no ultimo mês, esse que não fiz absolutamente nada a não ser repousar naquele quarto do Bill.

Hoje estou de volta, querendo encontrar Soraya a todo custo.

Cheguei á mansão de Simone, porém nem entrei, fui logo em direção de Gustav encostado no carro, ao vê-lo tive uma idéia que poderia ou não dar certo.




-Gustav preciso de um favor! – sua expressão mudou.

-Qual?

-Preciso que encontre Soraya para mim! – pedi esperançosa.

-Como Anne? Sem chance a garota sabe o que lhe espera se estiver por perto!

-Ouvi Tom dizer que numa das pulseiras que ela usa tem um GPS. Poxa Gustav você deve entender disso, me ajude, por favor? – pedi fazendo carinha de cão sem dono.

-Ok não precisa chorar! E quando encontrar o que faço? Trago até você?

-Não, de forma alguma, preciso saber onde está primeiro depois resolvo o que faço! – finalizei entrando no carro.


Fomos para a mansão sem dizer uma palavra, percebi um carro nos seguindo, mas logo virou uma esquina e sumiu de minha vista.

Chegamos à mansão dos Kaulitz, Tom estava numa sala de descanso e Bill no escritório, fui até Bill claro.


-Como você me deixa sozinha com sua mãe sem me passar os detalhes da vida de Nicole? – reclamei entrando em sua sala.

-Droga, esqueci-me desse detalhe, ela te fez muita pergunta?

-Perguntou quando sai o casamento, e como iam as coisas com minha... Empresa! – falei rindo da palavra final.

-É disse á ela que você é dona de uma empresa de cosméticos, e que vivia viajando indo atrás de novos produtos e talz! – diz torcendo o bico.

-Ta até aí tudo bem, mas por que mentiu? Por que disse que tinha uma namorada?

-Anne?

-Oi?

-Vem cá, mais pertinho! – pede piscando pra mim.


Cheguei mais perto dele sendo puxada para seu colo, Bill passou suas mãos por trás de meu pescoço fazendo adentrá-las em meus cabelos me puxando para o encaixe perfeito de nossas bocas.

Na verdade tudo nele era perfeito, seu olhar intrigante, sua boca macia e delicada, seu corpo tatuado que me deixava louca, seu toque em minha pele que sempre me deixava mole, era tudo perfeito e aquele momento não poderia ser mais...


-Bill a policia ta aqui! – Tom entrou gritando nos assustando.

-Como? – pergunta dando um pulo da cadeira assim que saí de seu colo.

-Não sei cara, eles estão lá fora, querem entrar! – diz ainda desesperado.

-Deixe-os entrar! – sugeri, mesmo sabendo da reação dos dois.

-Ta louca Anne? E se eles nos pegam? – pergunta Bill já impaciente.

-Não pegarão! – certifiquei saindo correndo da sala sendo seguidas por eles.


Fui para o quarto de Bill, peguei uma toalha de banho, fui até o banheiro molhei meus cabelos, tirei meu sutiã ficando apenas de calcinha e me enrolei com a toalha.

Olhei para os dois que observavam tudo atônitos e comecei a descer.


-Vocês dois tratem de se esconder, tentarei dispensá-los! – falei indo em direção a porta.


Abri fazendo carinha de santa e ao mesmo tempo surpresa com a presença dos policiais.


-Boa tarde, desculpem a demora estou sozinha em casa... Estava no banho! – sorri docemente para os dois únicos policiais na porta que babavam em minhas pernas quase a mostra.

-Precisamos vasculhar a casa senhorita, acreditamos que essa seja a mansão Kaulitz! – diz um deles ainda babando em mim.

-Mansão Kaulitz? Desconheço esse nome, essa mansão era de meu pai já falecido... – fiz uma cara de coitada. –A recebi de herança agora que completei 18! – finalizei sorrindo.

-18? Você não tem 18! – diz o outro abobado.

-Pois é, me tornei mulher cedo demais, por isso tenho esse corpo de mulher madura! – sussurrei provocativa lambendo os lábios em seguida.

-Uma linda mulher por sinal! – comenta o primeiro.

-Bom ainda querem vasculhar a casa, ou preferem vasculhar outra coisa? – perguntei ainda mais provocativa mordendo os lábios.


Os dois se olharam maliciosamente e voltaram seus olhares para mim.


-Eu fico com a segunda opção e você Charlie?

-Com toda certeza a segunda...


***


-Anne eu não acredito que fez isso! – grita Bill a me ver entrar em seu quarto onde ele e Tom, esconderam-se.

-Era isso ou eles descobririam tudo! O que preferiam? – perguntei revoltada.

-Você foi radical demais! – diz Tom também sem crer.

-Dá pra pararem? Poxa fiz isso para livrar a cara de vocês, se entrassem em um quarto iriam ver mesas atrás de mesas cheias de drogas sendo empacotadas, se entrassem em outro veriam um arsenal que poderia ser de um exercito! Poxa vocês deveriam era me agradecer não é? – me revoltei vestindo minhas roupas.

-Ok e estamos agradecidos, mas poxa liberar pra eles foi longe demais Anne! – Bill reclamou mais uma vez, fechando a cara.

-Bill pára, poxa eu estou tão agradecida por vocês estarem sendo tão bons comigo, apenas fiz algo para livrarem de uma encrenca, desculpa se não gostaram, mas foi a única coisa que pensei no momento! – falei tentando fazer aqueles dois mudarem aqueles olhares reprovadores.

-Tudo bem, te perdôo por essa idéia idiota! – finaliza Bill dando um beijo em minha testa.


Fui para o banheiro tomar um banho relaxante, só lá me toquei que dei meu corpo para livrar a cara de quem tanto queria me vingar, aquilo estava se tornando tão estranho, meu desejo de vingança estava meio que sumindo, a sedução daqueles dois fazia esquecer-me de qualquer coisa ruim que possa se passar em minha cabeça.

Enfiei meu rosto naquela água fria que caía do chuveiro logo me lembrando de Eva, era ela que alimentava meu ódio, sempre foi ela, e agora que estamos um mês longe sinto que esse ódio está se enfraquecendo... Não posso deixar de me vingar... Vingar a morte de meus queridos pais...


Após me trocar fui atrás de Gustav saber de alguma possível novidade, ao me aproximar o cara foi simples e objetivo.



-Já sei onde ela está! – esbocei um largo sorriso...

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Capítulo 18 - Stop and Stare



"Pare e olhe
Eu acho que eu estou me movendo, mas eu não vou a nenhum lugar
Eu sei que todo mundo tem medo
Mas eu me tornei o que eu não posso ser..."

OneRepublic - Stop and Stare



Bill se levantou rapidamente assustado com a reação da mulher, e ela me olhou mais assustada ainda.


-O que houve com você Anne? – pergunta sem ligar para Bill.

-Eva esse é o Bill, Bill essa é...

-Não interessa quem sou, o que houve com você garota? – pergunta alterando a voz.

-Se ainda não percebeu estamos em um hospital, seria ótimo se abaixasse a voz! – diz Bill calmamente levantando uma de suas sobrancelhas pegando em um dos braços de Eva.

-Ok... – resmunga já com a voz baixa. –Preciso falar a sós com Anne! – continua voltando seu olhar para mim.


Bill levantou ainda mais sua sobrancelha querendo ouvir algo a mais de Eva, porém essa não entendia o que.


-Por favor, Bill? – pedi a ele.

-Ok, qualquer coisa pode gritar que venho correndo! – diz saindo ainda encarando Eva.


-Que intimidade toda foi aquela hein Anne? – pergunta com raiva na voz.

-Apenas parte do meu plano! – respondi indiferente.

-Parte do plano? – gargalhou debochadamente. –Não seja ridícula garota, olha só o que lhe aconteceu e por conta deles, não me venha dizer que está se apaixonando por Bill Kaulitz um dos causadores disso tudo? – ela estava me deixando nervosa.

-Eva, não estou a fim de discussão, se veio para isso é melhor ir embora...

-Não vim para isto, vim te ver, Gustav me passou detalhe por detalhe do lhe aconteceu fiquei com o coração na mão Anne, não queria te perder por conta desses garotos metidos a traficantes, entenda isso, você não pode se apaixonar por nenhum deles, eles não são para você. Por favor, querida me escute faço isso para e somente o seu bem! – às vezes eu pensava ao contrário.

-Não estou me apaixonando por nenhum deles, e nem há possibilidade, como disse eles não são pra mim! – falei tentando disfarçar a revolta que estava sentindo por dentro.

-Muito bom, agora me diz como está indo sua relação com Gordon? – pergunta curiosa me deixando ainda mais revoltada, eu estava ali em cima de uma cama de hospital toda quebrada e ela me pergunta de Gordon?

-Não tive muita oportunidade...

-Como não? Então o que tem feito nesses dias? Dado sem parar para aqueles dois como uma vadia?

-CHEGA Eva, sai daqui, se veio pra falar merda então saia daqui agora! – nunca explodi na vida como naquele dia.

-O que está havendo? – Bill entrou no quarto.

-Bill acompanhe essa senhora até a saída, por favor? – pedi tremendo.

-Claro!



Percebi agora mais do que nunca que Eva estava me usando para algo, e minha raiva somente aumentou depois daquela visita, mesmo vendo Bill voltar todo sorridente para o quarto não me fez amolecer, passei o resto do dia seca, totalmente calada.


Ao anoitecer Bill veio pessoalmente me trazer a janta, uma sopa estranha de legumes, suco de laranja e morangos.


-Quero que coma tudinho! – diz colocando a bandeja no meu colo.

-Não estou com fome Bill! – tentei em vão afastar a bandeja.

-Nada disso, quero você boa logo pra mim! – diz mordendo meu lábio inferior fazendo carinha de tarado.

-Safado!

-Você me deixa assim, quero te fazer esquecer tudo o que passou, e sei que ajudarei do meu jeito! – continua me puxando para um beijo mais quente.


Tom entrou no quarto sorrindo, porém logo seu sorriso sumiu ao ver a cena.


-Oi Tom! – cumprimentei enquanto Bill se levantava lentamente.

-Oi! Pensei que já tinha ido Bill! – comenta meio seco.

-Não, decidi passar a noite com a Anne...

-Não será preciso, eu fico hoje!

-Não se preocupe Tom eu ficarei...

-Chega gente, podem ficar os dois que tal? – os interrompi parando com a discussão.

-Tudo bem! – Tom se conformou, jogando-se na poltrona.

-Agora vamos mocinha, coma tudinho! – diz Bill mexendo na sopa para esfriar.

-Isso deve estar ruim! – fiz cara de nojo.

-Não está não... – Bill tomou um pouco. –É, está sim! – fez uma careta.

-No refeitório tem pratos prontos, acho que Anne não está tão debilitada que não possa comer algo decente! – diz Tom olhando para o nada.

-É vou pegar algo escondido pra você! – Tom sorriu ao ouvir isso.

-Bendita sopa ruim! – veio em minha direção esfregando as mãos. –Tava com saudades de mim não é? – pergunta sem deixar a resposta sair da minha boca.


Era impressionante como aqueles dois não tinha respeito por mim, Tom me beijava com desespero, como se Bill o pegasse ali deitado por cima de mim afagando meus cabelos, beijando meu pescoço dando leves mordidas, me fazendo gemer apenas com seu toque...


-Tom o Bill logo chegará e você aqui me tarando! – sussurrei em seu ouvido sorrindo maliciosamente.

-E daí? Ele já teve sua vez, e sabe que também te quero “daquele” jeito, então ele que se conforme! – responde passando a mão sem perceber em meus machucados.

-Espera aí Tom se esqueceu que to machucada? – resmunguei tirando sua mão de minha perna.

-Foi mal, é que você me deixa excitado! – brinca mordendo os lábios voltando a se sentar na poltrona.

-Seii... Mas me diz, por que não me agarrou na frente do Bill? – perguntei curiosa.

-Fizemos um acordo a seu respeito, eu não te toco na frente dele e nem muito menos na frente do pessoal que trampa para nós e na frente de minha mãe óbvio, como você é considerada a “namorada” dele pegaria mal ficarmos nos amassos por aí! – diz torcendo o bico olhando para a bandeja com os morangos.

-É, mas naquele dia no treinamento...

-Cara aquele foi “O DIA” eu nunca pensei que gostaria tanto de dividir uma mulher com o Bill como gostei de te dividir! – brinca já pegando os morangos. –Delicia! – completa mordendo um dos morangos me fazendo derreter com seu olhar “maldoso”.

-Então ele não se importa em saber que você também me... Usa? – perguntei levantando uma sobrancelha estranhando minha própria pergunta.

-Nenhum pouquinho! – responde indiferente logo olhando a porta se abrir.

-Enfim, consegui comida decente! – Bill entrou feliz, com uma marmitex numa sacola. –Tive que trazer escondido, perguntei por perguntar á uma enfermeira e ela disse que não era permitido! – fez um bico de lado.

-Obrigada mesmo por estar ao meu lado, Bill! – agradeci sinceramente começando a comer.


Estava comendo quando bateram na porta, Bill se levantou para ver se não era nenhuma enfermeira, ao se certificar que não era mandou a pessoa entrar.


-Soraya sumiu! – avisa Victor fazendo um cumprimento com a mão para mim logo olhando para Bill.

-Como assim sumiu? – pergunta Bill, meu sangue começou a ferver ao ouvir aquele nome.

-Quando voltamos ontem a noite para a mansão ela ainda estava lá, porém hoje pela manhã a procuramos e nada! – diz dando de ombros.

-A vadia sabe do castigo que a espera, mas ok, ela também tem GPS em uma daquelas pulseiras dela! – diz Tom sorrindo.


Eu ouvia tudo atentamente, Victor deu uma rápida saída do quarto voltando com um lindo vaso de orquídeas vermelhas em nome de todos os rapazes que trabalham para os gêmeos, nunca havia recebido flores, e confesso que aquelas me fizeram sorrir como criança ao ganhar um presente.


-Agradeça a todos por mim Victor! – pedi oferecendo um sorriso meigo.

-Pode deixar Anne, melhoras viu? – desejou e saiu do quarto.

-Sabe que estou começando a achar que vocês só têm carinhas de mal, porém são verdadeiros docinhos! – brinquei cheirando as flores sem perceber as expressões de bobos dos dois.

-Docinho é? Isso é o que pensa Anne, nossa “lista” é imensa temos muitos acertos de contas para prestar, só estamos parados por sua causa, e confesso que estava mesmo precisando ficar um pouco longe de sangue! – diz Tom quase deitando na poltrona.

-Longe de sangue? – perguntei abrindo mais os olhos.

-Tom é o cara que vai atrás dos devedores! – diz Bill indiferente.

-Devedores?

-Usuários viciados que compram e às vezes não pagam, esses nos dão prejuízos, e óbvio que não merecem viver mais! – explica Tom sorrindo.

-E você Bill faz o que? – perguntei ainda mais curiosa.

-Apenas comando o tráfico, e cuido do que entra e sai, não tem por que sujar minhas mãos com esses lixos que só sabem encher o rabo de drogas e mais drogas!


Continuamos conversando o resto da noite até conseguir finalmente pegar no sono, aprendi muitas coisas com os dois, rimos muito e lógico meu pensamento estava em Soraya, todo meu desejo é pegá-la com minhas próprias mãos, fazer vingança do meu jeito...


Um mês depois...

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Capítulo 17 - Runaway Train



"Atualmente, o futuro está no meio de um triângulo amoroso
Com a calamidade e eu, no canto, começando a sentir o desconforto
Devo apagar as velas ou atiçar as chamas?"

Brandon Boyd - Runaway Train



Adormeci com Bill me fazendo carinho nos cabelos, meus “sonhos” não foram dos melhores, sonhei com o gordo nojento olhando maliciosamente para mim, acordei com muita dificuldade suando frio, e digo com dificuldade por que parecia que o maldito gordo me prendia naquele terrível pesadelo.

Olhei para o lado com o pouco de luz que vinha dos aparelhos e pude perceber que Bill já não estava lá e no meio daquela escuridão meu desespero aumentou, comecei a gritar como criança medrosa, aquilo tinha se tornado um inferno em minha vida.

A porta foi aberta bruscamente por Tom que assim que acendeu a luz veio em minha direção pegar em minha mão.



-O que houve Anne? – pergunta rapidamente sentando ao meu lado.

-Cadê o Bill?

-Foi tomar um banho e trocar de roupa, minha mãe e Gordon estão vindo para cá, já souberam do que houve!

-Não quero que sua mãe me veja nesse estado, ela vai me encher de perguntas Tom!

-Não vai, Bill já avisou para não fazer nenhum tipo de pergunta inconveniente! – me acalma sorrindo. –Agora me diz o que houve para gritar daquela forma?

-Pesadelos, apenas isso! – respondi olhando para o lado.

-Desculpa Anne, eu deveria imaginar que Soraya não iria cuidar de você! Fui um burro em deixá-la nas mãos dela! – diz sério.

-Não foi culpa de vocês, já disse isso para Bill e repito a você, eu quero esquecer-me dessas cenas lamentáveis da minha vida! – apertei firme sua mão.

-O que houve hein? Como se perdeu de nós? – pergunta me fazendo tremer.



Eu bem que queria entregar Soraya, mas seria fácil demais ter o castigo dos Kaulitz, eu mesma queria pegá-la, dar a ela do meu veneno, mostrar que não sou nenhuma covarde de vir por trás, darei a ela o que merece, frente a frente.



-Não vi nada, apenas lembro que senti um forte golpe na cabeça! – sua expressão mudou para uma pensativa.

-Ok, se não quiser falar agora tudo bem! Você tem alguém que queira avisar de seu... Acidente? – pergunta me fazendo lembrar Eva.

-Não!

-Tudo bem, tente voltar a dormir novamente, vai! – inicia fazendo igual a Bill acariciando meus cabelos, segurei mais forte em suas mãos.

-Não saia de perto de mim, por favor? E se for preciso, pede para Bill ficar aqui comigo? – pedi com voz de choro.

-Pode ter certeza que um de nós estará aqui! – finaliza beijando minha testa.


Finalmente consegui dormir sem que nenhum pesadelo atrapalhasse meu sono.

Acordei pela manhã com duas visões perfeitas, Bill e Tom dormindo nas poltronas ao meu lado.

Amanheci menos dolorida, porém meu pensamento não saía do local onde passei o pior momento de minha vida.

Uma enfermeira entrou no quarto com uma bandeja onde havia diversos utensílios para curativos, deu alguns toques em Bill e Tom para acordá-los e veio em minha direção.



-Vocês precisam se retirar. Irei ajudá-la a tomar banho e depois fazer seus curativos! – diz ajudando-me a levantar.

-Está melhor hoje Anne? – Tom se aproximou de mim.

-Sim. Consegui dormir sem ter pesadelos!

-Nossa mãe quer te ver, ela pode entrar depois? – pergunta Bill ajudando a enfermeira a me levantar.

-Sim claro, se não houver nenhuma pergunta sobre o que houve...

-Já disse a você que Bill a deixou avisada!

-Sim já disse, mas realmente é bom deixar bem avisado, não quero ter que comentar sobre essas coisas!

-Pode deixar! – diz Bill com a voz triste, não pude deixar de olhar para aquele par de olhos perfeitos.



Acompanhei o olhar de Bill até ele sair, estava hipnotizada, era a primeira vez que aquele olhar me tirava do sério, fui “acordada” pela enfermeira que estava tentando me levar até o banheiro.

Tomei meu banho e fiz os devidos curativos, me sentia tão envergonhada por tudo o que aconteceu, a enfermeira foi super gentil comigo, cuidou bem dos ferimentos e me levou até a cama novamente.



-Tem um casal querendo te ver, pode mandar entrar? – pergunta me acomodando na cama.

-Se for a mãe dos gêmeos, pode sim! – fiz uma careta de dor.

-Ok.



Ela saiu e não demorou para que Simone e Gordon adentrassem o quarto, senti meus pêlos se eriçarem ao ver Gordon, esse que me olhou com compaixão, odiei aquele olhar de dó, mas relevei e sorri meigamente para os dois.



-Querida sinto muito pelo o que aconteceu! – diz Simone sentando ao meu lado pegando em minhas mãos.



Não tinha o que falar, fiquei então calada apenas ouvindo o choro de Simone que se compadeceu com meu estado.



-Saiba que estaremos ao seu lado para o que precisar... – Gordon também pegou em minhas mãos. –Absolutamente tudo! – destaca bem a palavra “tudo” dessa vez eu olhando bem em seus olhos.

-Obrigada senhor Gordon, agradeço a ajuda, mas não será necessário! – estranhei seu comportamento.

-Bom querida, viemos apenas desejar melhoras e ver como está, Tom foi para casa descansar um pouco já que ficou aqui a noite toda, mas Bill está aqui! Quer que o chame...

-Sim, por favor! – a interrompi querendo Bill pertinho de mim.

-Melhoras! – deseja beijando minha testa.



Ajeitei-me na cama arrumando a roupa horrível de hospital e esperei aquele lindo ser entrar no quarto.

Estava com um pequeno pote de balas em mãos, sorri o chamando com o olhar para perto, mais perto.

Mas acho que ele não percebeu isso e sentou um tanto longe de mim.



-Senta aqui? – pedi batendo num pequeno espaço que havia na cama.



Ajeitamos-nos e fiquei praticamente deitada em seu colo, era tão bom sentir seu cheiro, seu toque.


-Queria poder voltar o tempo e ter impedido que tudo tivesse acontecido! – comenta enquanto mexia nas balinhas.

-Bill, já pedi para esquecer isso, já disse que quero esquecer junto de você, ok? – me virei para olhá-lo.



Nossos rostos estavam tão próximos que foi fácil selar um beijo em seus lábios carnudos, foi um selinho simples, porém apaixonante.

Sorri meigamente depois de desgrudar meus lábios dos dele, ele permaneceu sério.


-Queria poder desvendar esse mistério que há em seu olhar! – diz ainda sério olhando no fundo de meus olhos.

-Não há mistério algum! – respondi ainda sorrindo.

-Há sim, e vou descobrir nem que isso passe a ser a última coisa que farei em minha vida! – diz me arrancando um sorriso ainda maior.

-Sua teimosia me encanta! – voltei a beijá-lo.


Mas dessa vez o beijo foi de contato, não me importei nenhum pouco com a dor, eu queria mesmo era sentir o gosto suave daquela boca, me arrepiar com seu toque delicado temendo me machucar ainda mais, sentir seu sentimento transbordando em sua respiração, seu suor frio escorrendo por seu rosto, sim, Bill temia se apaixonar por mim, e eu por ele.

Ficamos nos beijando até perder o fôlego e óbvio a porta se abrir violentamente, eu não podia crer no que via.

O que ela estava fazendo aqui?